Contra os likes
As reações automatizadas nas plataformas sociodigitais estão substituindo as trocas com outras pessoas por pseudocontato humano.
Mudei do Facebook e do Instagram para o Substack em busca de um ambiente virtual mais saudável. Um ambiente sem anúncios (como disse alguém, as plataformas da Meta deixaram de ser redes sociais para se tornarem e-commerce). Um ambiente em que o algoritmo não fosse soberano, em que eu não fosse a matéria-prima para mineração e comercialização de dados. E em que os textos, enfim, fossem o mais importante.
Na verdade, as coisas já estavam mudadas por aqui. Com a seção de notas, a possibilidade de postar vídeos, os podcasts, parece que Substack ganhou a cara de ser mais um competidor no terreno das mídias sociais do que um blog/newsletter para escritores e jornalistas, como era a proposta original.
Vi gente incomodada porque outro dia o chefe dessa plataforma elogiou Elon Musk e a “liberdade de expressão” tal como entendida pela direita. Não me espantou. Com raras exceções, esse pessoal das novas tecnologias todo tem um pezinho no ultraliberalismo, simpatia por algo próximo do anarcocapital…