O poder opaco dos algoritmos

Autores franceses discutem como nossa autonomia é corroída por mecanismos feitos para que nós não os entendamos.

O livro do jornalista francês Hubert Guillaud, Les algorithmes contre la société, pode ser lido como uma atualização de Algoritmos de destruição em massa, de Cathy O’Neil, com o qual guarda muitas semelhanças. Nos quase dez anos que se passaram desde a redação da obra da matemática estadunidense, a algoritmização do mundo se adensou – e, com o desenvolvimento e difusão das ferramentas da chamada “inteligência artificial”, avançou para mais e mais terrenos.

O algoritmo nada mais é do que um sistema automatizado de instruções, que leva a determinados resultados ou escolhas. Uma receita culinária é o exemplo preferido. Mas podemos pensar também uma regra de discriminação, como uma nota de corte para aprovação ou reprovação em uma disciplina acadêmica. Quando o professor aprova quem tirou 5 ou mais e reprova quem ficou abaixo desta média, está aplicando um algoritmo.

Vivemos, portanto, e já faz tempo, em um mundo lotado de algoritmos. O problema reside no fato de que aqueles que hoje são co…